SPORT - 31/01/2004
Preparation of EURO 2004 in the
field of prevention
The Goethe Institute in Lisbon was to host a
European Conference this Friday (January 30), aimed at discussing a variety
of topics relating to the European championships later this year, including
fan culture and how to deal with potential pitfalls. A number of European
speakers will be addressing the conference, including speakers from Germany,
Holland, England, Italy and Portugal.
The European Football
Championship in Portugal 2004 kicks off in a few months. Billions of people
will watch the matches and everything around on TV - and more than one
million people will come to Portugal to participate live in one of the
biggest football events existing. For the hosting country Portugal, this
amount of visitors means enormous logistic efforts in the fields of e.g.
hospitality, accommodation and security.
Like further big tournaments
showed already, the football supporters groups travelling to Portugal require
special kind of approach. If their special needs are kept in mind with the
tournament planning in the form of special fan hosting concepts, an important
contribution can be made to the reduction of potential tensions that may
engender violence.
Within the last 10 years,
different practicing models in the field of social preventative work with
football supporters groups have been tried and proved as valuable for a
tournament like the EURO 2004.
This Conference is aimed at
providing an international platform of discussion and exchange between
different experts, professionals and authorities that will be involved in the
EURO 2004 and/or the field of football supporters works in general. By means
of lectures and reports from diverse international and long-standing experts,
the concepts and their significance should be presented and discussed from
different point of views around potential scenarios of the closely upcoming
European Championships 2004 in Portugal.
Ocupar Os Visitantes para Evitar Problemas
Por JORGE MIGUEL MATIAS
Sábado, 31 de Janeiro de 2004 A ideia parece simples:
quanto mais entretidos estiverem os cerca de um milhão de visitantes que
devem deslocar-se a Portugal para assistir ao Euro 2004 menos distúrbios
poderão originar dentro e fora dos estádios de futebol. Essa foi uma das
conclusões que resultou do seminário europeu "Boa recepção, menos
problemas - preparação para o Euro 2004 no campo da prevenção", que
ontem decorreu no Instituto Alemão, em Lisboa. Apoiada pela Comissão Europeia, a reunião da Football Supporters
International (FSI), entidade que congrega diversas organizações nacionais
habituadas a lidar com os "hooligans" existentes nas claques de
futebol e compostas por especialistas com formação em psicologia e
sociologia, serviu para debater e partilhar diversas experiências realizadas
a nível europeu no capítulo da prevenção de distúrbios. Com o Euro 2004 no horizonte, a FSI já tentou estabelecer contactos junto
de diversas entidades portuguesas directa ou indirectamente implicadas na
organização do evento. Até ao momento, contudo, a receptividade tem sido
reduzida, se exceptuarmos alguns contactos com o Ministério da Administração
Interna. A sociedade Euro 2004, por exemplo, fez questão de referir que as
suas competências se limitavam ao interior dos recintos de futebol,
distanciando-se de quaisquer acções que pudessem vir a ser realizadas no
exterior dos estádios. No
final do seminário, Thomas Schneider, moderador do evento, deixou no ar
algumas ideias de prevenção que a FSI pretende aplicar no Euro 2004. "Há que oferecer entretenimento. Quando não há mais nada para
fazer a não ser beber para matar a sede e aproveitar o sol que queima a pele
é natural que as pessoas provoquem agitação. O importante é que não haja
situações de aborrecimento."
Assim, a realização de concertos rock, de eventos gastronómicos ou de
folclore, a instalação de ecrãs gigantes a promoção de visitas guiadas aos
novos estádios com jogadores mundialmente famosos são apenas algumas das
sugestões que a FSI tem para apresentar às entidades nacionais com
competência nestas matérias.
CONFERÊNCIA SOBRE COMPORTAMENTO DOS ADEPTOS
Saber receber garante sucesso
Prevenir comportamentos violentos, dando mostras
de bem receber, foi o assunto mais importante de uma animada conferência que
teve lugar durante todo o dia de ontem no Instituto Goethe, em Lisboa. Com um respeitável lote de convidados, debateu-se o tema "receber
bem, menos problemas", abordando-se o que terá de ser feito em Portugal
para evitar conflitos com os adeptos no Euro-2004.
Um estudo de Salomé Marivoet sobre a origem e evolução do fenómeno das
claques em Portugal abriu a sessão, prosseguindo com um interessante estudo
de Clifford Stott. Aliás, as conclusões do trabalho deste psicólogo inglês
serviram de base para toda a discussão. Entre outras situações, foi possível
perceber, pela experiência britânica, em relação à actuação policial, que, se
os agentes oferecerem sorrisos e não se mostrarem hostis, optando antes por
conversar com os adeptos, a percentagem de ocorrerem conflitos é muito menor
do que numa situação contrária: ou seja, se as polícias adoptarem uma postura
nervosa ou de confrontação, a possibilidade de conflito aumenta. O mesmo
especialista conclui que "é no equilíbrio entre a acção policial e o
risco que está o sucesso da operação", garantindo que "se olharmos os
adeptos como turistas e não como potenciais instigadores de violência a
probabilidade de conflito é menor". Por isso, na sua opinião,
"saber receber é fundamental, uma vez que gera nos adeptos um
comportamento positivo".
O presidente da federação inglesa de adeptos de futebol (FSF), Kevin Mills,
vai mais longe, ao afirmar que, "quando encontramos polícias armados e
com capacetes, a tendência é para optarmos por uma atitude defensiva" e,
por isso, potenciadora de episódios violentos. Para Henk Mannem, ministro
holandês do Desporto, muito ligado à organização do Euro--2000, "o
equilíbrio terá de acontecer entre a segurança das pessoas e o clima de
festa, estando a ordem pública em primeiro lugar", e acrescenta:
"Se os adeptos forem tratados como convidados, terão de comportar-se
também como convidados." No seu entender, saber receber, fornecendo toda
a informação aos visitantes, é fundamental para o êxito de uma competição
deste género.
O alemão Thomas Schneider, coordenador de todo o projecto, em consonância com
a Comissão Europeia, acredita que a experiência do seu grupo, que reúne dez
países, será fundamental para criar um clima que permita a quem vai visitar
Portugal "sentir-se em casa".Autor:
MIGUEL PEDRO VIEIRA
Data: Sabado, 31 de Janeiro de 2004 01:38:00
Jornal Record
UM DOS PROJECTOS MAIS VISÍVEIS PARA O EUROPEU
Embaixadas a
caminho
Para receber os adeptos em
Portugal, serão criados núcleos em várias cidades. Quem visitar o país e
tiver dúvidas sobre os mais diversos temas, entre os quais alojamento e
transportes, pode sempre procurar as chamadas "embaixadas de
adeptos".
A italiana Daniela Conti está há muito envolvida no apoio aos adeptos que
visitam países desconhecidos, e está confiante que o mesmo sucesso vai ser
alcançado no Euro-2004. "O objectivo é que os adeptos que visitam o país
possam sentir-se orientados e apoiados, porque muitos deles precisam de
informações práticas, como onde podem comprar bilhetes de autocarro ou qual o
parque de campismo mais próximo. O nosso trabalho é recolher essa informação
e estar à disposição deles em zonas centrais das cidades", explica.
O trabalho já está a ser desenvolvido, como
conta: "Já temos uma base em Lisboa, no Inatel, no Porto também. Ainda nos falta em Faro. Com três bases é mais fácil encontrarem-nos.
Cada cidade que recebe jogos do Europeu terá um embaixada, que em Lisboa, por
exemplo, ficará na Baixa, que é uma zona central e de muito movimento."
Daniela Conti acha que vai ser fácil sensibilizar as autoridades portuguesas
para o assunto: "Precisamos de fazer contactos directos com as
autoridades e os postos de turismo, descobrindo em conjunto as melhores
soluções. Acho que também há um interesse dos portugueses neste
projecto."
Não havendo ainda um número certo, sabe-se já que serão cerca de duas
centenas as pessoas de vários países que estarão em Portugal a auxiliar os
seus conterrâneos. Isto durante um mês e em regime de voluntariado.Jornal RecordData: Segunda-Feira, 2 de Fevereiro de 2004
01:43:00
PROJECTO EUROPEU JÁ DURA HÁ DEZ ANOS E VAI APLICAR-SE À PROVA
PORTUGUESA
Apoio aos adeptos já está em marcha
Os responsáveis pelo projecto de coordenação de
adeptos para o Euro-2004 estão preocupados com o facto de não terem ainda
conseguido encontrar interlocutores para apresentarem as suas propostas com
vista a toda a organização necessária para receber os milhares de visitantes
que entrarão em Portugal para assistir à competição.
O alemão Thomas Scheider, o principal rosto de uma organização denominada
"Football Supporters International" (FSI), que envolve pessoas de
dez países europeus, entre os quais Portugal, disse ter já feito vários
contactos, mas até agora sem muitas respostas positivas: "Temos
realmente tentado contactar as autoridades portuguesas, mas não tem sido
fácil. Tentámos falar com a Sociedade Euro 2004, mas o
sr. Martin Kallen, um dos responsáveis pela organização do torneio, não nos
recebeu por motivos de agenda, dizendo-nos que eles são apenas responsáveis
pelo que se passa no interior dos estádios".
Em relação a outros contactos, preferiu manter o segredo: "O nosso
projecto está entregue no Ministério da Administração Interna português, mas
Bruxelas está a par do que se passa, porque contamos com o apoio da Comissão
Europeia. Quanto ao resto, há alguns avanços, mas preferimos não entrar por
enquanto em grandes pormenores."
Para oferecer, este grupo, que desenvolve um projecto denominado
"receber bem, menores problemas", tem a sua enorme experiência:
"Ao longo dos anos, os diversos governos dos países que organizam estas
competições tem mostrado o seu interesse no nosso trabalho, porque o que
oferecemos é a nossa experiência de informação e orientação dos adeptos dos
vários países."
Dez anos de experiência
Os cerca de 100 elementos oferecem-se para mostrar os motivos que levaram aos
resultados positivos conseguidos ao longo dos últimos dez anos em competições
do género, nomeadamente nos campeonatos mundiais de 1998 e 2002 e no Europeu
de 2000.
O objectivo, segundo Thomas Schneider, passa "pela necessidade de
desenvolver novas estratégias para prevenir possíveis incidentes nas cidades
durante as competições, neste caso o Euro-2004 em Portugal". Na sua
opinião, os distúrbios acontecem por vários motivos, mas destaca um deles,
que considera importante: "Às vezes os problemas surgem por informação
incorrecta ou por má compreensão dos adeptos daquilo que lhes é
explicado."
Este grupo esteve esta semana em Lisboa, participando numa conferência sobre
prevenção da violência, que teve lugar no Instituto Goethe. Para além de
Thomas Schneider, fazem ainda parte do núcleo duro um outro alemão, Michael
Gabriel; o presidente da federação inglesa de adeptos, Kevin Mills; o checo
Jan Cechlovsky; o holandês Illya Jorgeneel e um italiano do "progetto ultra",
Carlo Balestri.
Até ao Euro-2004, haverá ainda outras duas conferências sobre o mesmo tema,
devendo nessa altura ser apresentados dados mais concretos sobre o trabalho
que está a ser desenvolvido em Portugal.Autor: MIGUEL PEDRO VIEIRA
Data: Segunda-Feira, 2 de Fevereiro de 2004 01:34:00
Jornal Record
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